O Vinho Madeira

O segredo de um vinho único

A Ilha da Madeira dá seu nome a um vinho de características únicas: O Madeira passa por um processo de “cozimento” único durante o processo de fermentação que visa reproduzir as condições em que o vinho foi acidentalmente produzido nas temperaturas equatoriais que os navios portugueses enfrentavam durante suas viagens ao oriente.

Os navios portugueses em suas viagens para o leste usavam a Ilha da Madeira como fonte de alimento e água fresca, entretanto suas rotas cruzavam os trópicos e isso fazia com que durante a viagem os vinhos que estavam sendo transportados a bordo fossem aquecidos até uma temperatura de cerca de 45 graus Celsius e depois resfriados. O efeito desse aquecimento sobre o sabor do vinho só foi descoberto acidentalmente quando um carregamento que não foi consumido nem vendido retornou à ilha.

A partir de então, visando reproduzir o sabor obtido, foram desenvolvidas estufas especiais onde este processo de aquecimento e resfriamento é reproduzido de forma controlada, um processo conhecido como “estufagem”. Os vinhos Madeira mais baratos são submetidos a este processo em grandes tanques de concreto, enquanto que os tonéis dos vinhos de melhor qualidade são submetidos a um processo muito mais longo e delicado.

O período de glória do Madeira foi durante o século XIV, sendo que a Rússia seu maior mercado, com o passar dos anos sofreu um declínio de consumo. Atualmente a grande maioria dos Madeira no mercado é produzida com a uva tinta negra mole, de pouco prestígio, e vendida para França, Alemanha e Bélgica, onde são utilizados principalmente na culinária.

Os vinhos de maior qualidade, os chamados “Madeira Vintage”, estão apresentando um aumento de consumo atualmente, apesar do seu preço nem sempre acessível a todos: A baixa precipitação pluviométrica na ilha faz com que o cultivo de boas uvas não seja uma tarefa das mais simples.